Nesta semana, de 2 a 6 de setembro, representantes do Governo Federal, do Legislativo, do Judiciário e de entidades ligadas a pessoas que trabalham na cultura se reúnem para debater os direitos desse público no II Fórum Nacional de Trabalhadoras e Trabalhadores em Eventos (FNTE). O encontro é organizado pela Articulação Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores em Eventos (ANTE), com recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC), por meio de emenda parlamentar, também direcionados para pesquisas que vão resultar no Mapeamento das ocupações técnicas da Cultura, o Mapa da Graxa.

Na abertura do fórum, por meio virtual, Alexandra Capone, da ANTE, apresentou o formato da pesquisa e o objetivo do evento. De acordo com ela, nos últimos meses a entidade organizou cinco encontros regionais e sete encontros setoriais para colher depoimentos e contribuições de pessoas que trabalham em diversas áreas da cultura, principalmente nas áreas técnicas. “Nesse percurso, a gente ouviu muitas queixas, indignações, cansaços, distâncias, mas a gente também ouviu vozes num lugar de resistência e disposição para mudar, muitos desejos, ideias, propostas, e é sobre elas que nós vamos nos deter nesses próximos dias, para olhar para cada uma delas, lapidar e aprimorar a Carta de Brasília”, explicou, fazendo referência ao documento que será consolidado ao final do FNTE.

Representando o Ministério da Cultura (MinC), o diretor de Políticas para Trabalhadores da Cultura, Deryk Santana, enfatizou a importância do debate. “Desde 2016 temos um grande apagão de dados no meio da cultura, não sabemos quantos trabalhadores somos, não temos estimativas sobre índices de informalidade, de formalidade, de renda média, então este evento é fundamental para conseguirmos, primeiro, entender quais são as ocupações existentes e como as pessoas se reconhecem”, pontuou. E completou: “Isso é fundamental para conseguirmos criar uma primeira identidade de classe e fornecer dados que sejam confiáveis da realidade do mundo do trabalho da cultura e da economia criativa”.

A pesquisadora Heloisa Lyra Bulcão, da Associação Brasileira de Profissionais das Espacialidades, Visualidades e Sonoridades da Cena – Grafias da Cena Brasil, destacou alguns dos pontos mais comuns citados por quem participou do levantamento. “Ausência de contratos formais, remuneração inadequada, necessidade de acumular múltiplas funções, jornadas de trabalhos extenuantes, isso são apenas alguns dos obstáculos que nós que trabalhamos em setores tão variados da cultura enfrentamos, então a gente busca mapear essa realidade e fornecer um panorama das condições atuais”, elencou.

Heloísa acrescentou que os depoimentos foram processados e geraram um documento que será debatido no FNTE. “Agora devemos sair desse lugar da reclamação, da queixa e partir para uma questão de ativismo e de mudança, juntar esforços para modificar a situação”, concluiu.

A deputada federal Érika Kokay, autora da emenda parlamentar que destinou os recursos do MinC para o projeto, também participou da abertura. A programação segue virtualmente, com transmissão de alguns debates no Youtube da ANTE e do MinC.

Confira a programação completa e mais informações sobre o fórum aqui 

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Fonte: Ministério da Cultura