“Não é possível a gente não aproveitar a cultura indígena como grande e primeira matriz da cultura do nosso povo”, afirmou a ministra Margareth Menezes, na noite desta quinta-feira (14), durante o encerramento do festival Brasil É Terra Indígena. Organizada pelo Mídia Indígena, com apoio do MinC e do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a primeira edição do evento contou com dois dias de intensa programação artística e formativa, no Teatro Nacional da República, em Brasília.

No momento em que o Ministério faz a nacionalização efetiva do fomento à cultura no Brasil, por meio de leis e políticas como a Paulo Gustavo e a Aldir Blanc, a chefe da Pasta destaca que “tem recebido representações indígenas de todo o Brasil, para assegurar a preservação e valorização desses povos por meio de políticas públicas”. “Chega de injustiça, chega de não dar voz às pessoas para terem suas próprias representações em um país tão plural e diverso”.

Cacique Raoni, uma das maiores lideranças indígenas do país, lamentou a derrubada do veto presidencial 30/2023 à lei Lei 14.701/23 – o Marco Temporal das Terras Indígenas, no Congresso, nesta quinta. Com isso, volta ao texto original o trecho que define “terras indígenas tradicionalmente ocupadas” como aquelas “habitadas e utilizadas” pelos indígenas para suas atividades produtivas na data da promulgação da Constituição.

“Só quero que todos nós, povos brancos e povos indígenas, vivam em paz. O Congresso deveria trabalhar para ter a paz dos povos indígenas e a paz dos brancos”. E completou: “Esse território – o Brasil – é terra indígena”.

 A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, se somou à fala de Raoni. “Eles não entendem que as terras indígenas são a maior barreira contra a destruição do nosso planeta e, comprovadamente, a maior barreira contra as mudanças climáticas que estamos enfrentando.”

Já a deputada Célia Xakriabá exaltou a luta da população pela sobrevivência, pela preservação e pelo reconhecimento das contribuições históricas, sociais e culturais dos povos indígenas.

Felipe Cordeiro e Mariene de Castro também marcaram presença no festival. Com saudações aos povos amazônidas e ancestrais, os artistas parabenizaram a organização do evento pela realização da primeira edição do festival em plena capital federal. Seguidos por Gaby Amarantos, que lembrou como as tradições indígenas se fizeram presentes em sua infância na periferia de Belém. “Com banhos de ervas, pinturas e cores”, explicou a cantora.

Também participaram do encontro a secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg; o diretor de Articulação e Governança, Pedro Vasconcellos; e a assessora Participação Social e Diversidade do MinC, Mariana Braga.

Programação

Durante dois dias, o festival Brasil É Terra Indígena ocupou o Museu Nacional da República com debates, atos culturais e oficinas, além de apresentações artísticas e culturais e uma exposição. A plataforma foi criada para promoção da inclusão social, econômica e cultural dessa população tendo como pilar o reconhecimento da cultura, o fortalecimento da comunicação e o destaque da sociobiodiversidade indígena.

Antes das apresentações que encerraram a noite, houve a assinatura simbólica de criação do coletivo Mídia Indígena. “Nós, povos indígena, continuaremos ocupando as redes, os palcos e as ruas. Nunca mais um Brasil sem nós”, encerrou Erisvan Guajajara, um dos fundadores do grupo.

(function() {
var po = document.createElement(‘script’);
po.async = true;
po.src = document.location.protocol + ‘//connect.facebook.net/pt_BR/all.js#xfbml=1’;
var head = document.getElementsByTagName(‘head’)[0];
head.appendChild(po);
}());

Fonte: Ministério da Cultura