Iniciativa que visa documentar, difundir e fomentar as artes populares e o artesanato tradicional brasileiro, o Programa Sala do Artista Popular (SAP) está comemorando 40 anos. A exposição Nóis Morre, as Coisa Fica: Artes Populares no Brasil, aberta nesta quinta-feira (4), no Rio de Janeiro, celebra a data. O evento na Galeria Mestre Vitalino reuniu a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e os presidentes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Leandro Grass e Maria Marighella, respectivamente.

“A gente só tem que festejar cada vez mais a cultura popular do Brasil, porque é nela que está a identidade da nossa alma diversa”, declarou a ministra. “Se a gente não alimenta essa identidade, a gente fica muito à mercê da colonização de uma linguagem”, emendou.

Antes do evento, ela visitou o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), responsável pela criação do Programa.

A unidade especial do Iphan desenvolve e executa programas e projetos de estudo, pesquisa, documentação, difusão e fomento de expressões dos saberes e fazeres do povo brasileiro. Possui um acervo museológico de cerca de 17 mil objetos, além de 130 mil documentos bibliográficos e 70 mil documentos audiovisuais.

“A política do patrimônio cultural é a expressão daquilo que nós acreditamos: a democracia. É a expressão da participação social, do olhar deste Brasil profundo e real”, comentou Leandro Grass.

Refletir sobre o SAP, a partir do acervo gerado pelo projeto, é o objetivo da mostra. São objetos, fotografias, sons e vídeos que documentam os processos de transformação do campo das artes populares.

No encerramento, Moacyr Luz e Samba do Trabalhador animaram os convidados com uma apresentação musical.

A exposição é uma realização do CNFCP em parceria com a Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro (Acamufec), Funarte e Ministério da Cultura.

Também participaram da agenda o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba, e o diretor do CNFCP,  Rafael Barros Gomes.

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Rede das Artes

Na manhã desta quinta-feira, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a presidente da Funarte, Maria Marighella, participaram do Encontro Funarte Rede das Artes – da Retomada à Política Nacional das Artes, no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro.

Na ocasião foi divulgado o resultado do Rede das Artes – Programa de Difusão Nacional. Confira aqui os dados dos projetos contemplados nos mecanismos de fomento lançados pela Funarte em 2023.

Com investimento de R$ 29 milhões, o Programa reúne cinco editais que foram retomados e irão viabilizar a realização de 181 projetos. Eles levarão ao público mais de 1.370 apresentações e atividades artísticas em cerca de 350 cidades do país.

“A Funarte tem implementado políticas para as artes com garantia de direitos de acesso e que têm como objetivo fortalecer, incentivar e promover a prática e o desenvolvimento e difusão de atividades artísticas em todo o território nacional. Essa é a política do MinC. Nós estamos fazendo a nacionalização do fomento, incluindo o Brasil como um todo. E é dessa forma que estamos tratando as políticas públicas e os diálogos”, afirmou a ministra.

As chamadas públicas celebram personalidades das artes brasileiras: Carequinha, no Circo; Klauss Vianna, na Dança; Marcantonio Vilaça, nas Artes Visuais; Myriam Muniz, no Teatro; e Pixinguinha, na Música.

Há cerca de um ano, no evento Funarte Retomada, a entidade lançou um conjunto de programas de fomento para a rede criativa das artes brasileiras. Em 2023, os recursos para iniciativas de fomento da instituição totalizaram o valor de R$ 100 milhões, o maior da última década.

“Hoje podemos acompanhar os resultados dos quase mil projetos fomentados pela Funarte e apresentar uma nova etapa dessa construção: a Política Nacional das Artes, nosso maior compromisso”, disse Maria Marighella. E completou: “É um trabalho coletivo que envolve gestoras e gestores públicos dos estados e municípios, instituições privadas e sociedade civil, articulando diretrizes comuns, nortes para os investimentos nas artes, em conexão com a Política Nacional Aldir Blanc”.

Nesse sentido, a Funarte anunciou a realização de um seminário internacional de políticas para as artes, em parceria com o Sesc-SP, de 17 a 19 de setembro.

Plataforma

Também foram divulgadas a criação da Plataforma Funarte Rede das Artes, ferramenta virtual que possibilitará a divulgação de informações e circuitos artísticos contemplados pelos programas da instituição, e do Fórum de Gestores das Artes.

Composto por representantes dos 26 estados e do Distrito Federal, irá realizar, juntamente com o Observatório de Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA), uma pesquisa sobre o fomento às artes. O estudo vai colaborar para a construção da Política Nacional das Artes (PNA).

Homenagem

O encontro promoveu homenagem aos 50 guardiãs e guardiões do saber agraciados pelo Prêmio Funarte Mestras e Mestres das Artes. São nomes com reconhecida atuação em prol das artes e da cultura, de todas as regiões do Brasil.

Entre as personalidades estão: Duhigó, Edlamar Zanchettini, Lia de Itamaracá, Robertinho Silva, Salloma Salomão, Teuda Bara, Zé Diabo, Yara de Cunto, Paulo Flores, Tom Zé, Helena Ignez e Ítala Nandi.

“Essas pessoas trouxeram para nós mensagens de expressões artísticas que orientam sem ser algo classista, mas uma realidade de inspirar e codificar para nós alguma simbologia”, assegurou a ministra.

Estiveram presentes ainda os secretários do MinC Henilton Menezes (Economia Criativa e Fomento Cultural) e Roberta Martins (Comitês de Cultura), e o diretor-Executivo da Funarte, Leonardo Lessa.

Também participaram o secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Claudio Abrantes, o presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, Fabrício Noronha, de forma virtual, e a atuadora da Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz Tânia Farias.

Visita ao Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) - 04.07.2024

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Fonte: Ministério da Cultura