Nesta segunda-feira, (24) o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), lançou o edital da 37ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade em uma cerimônia no Clube do Choro, em Brasília (DF). O tema deste ano: ‘Visibilidade de Gênero na Economia do Patrimônio’ vai premiar ações que envolvam, valorizem e empoderem mulheres e pessoas LGBTQIAPN+ em papéis protagonistas nas redes produtivas do patrimônio cultural. Cada um dos 15 vencedores receberá um prêmio de R$ 30 mil.

Durante a cerimônia de lançamento, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a importância do prêmio para a promoção da diversidade e inclusão.

“Acolher a todos dos brasileiros e brasileiras, acolher as pessoas de grupos marginalizados, para terem o direito de serem protagonistas do fazer e viver cultural, consolidando e fortalecendo de uma escuta ativa, com participação social e representatividade, demonstra, assim, a nossa dedicação em consolidar no Brasil um ambiente verdadeiramente democrático”, discursou a ministra. E completou: “Temos coragem e boa vontade, porque, só por meio de políticas culturais que atinjam nossos territórios, nossas comunidades, poderemos garantir um acesso mais inclusivo aos nossos bens e produtos culturais”, falou. 

Margareth Menezes lembrou ainda que a 37ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, reacende o papel do MinC e do Iphan na elaboração, consolidação e divulgação de políticas da cultura voltadas para a valorização, difusão e salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro.

“O nosso patrimônio é uma das peças fundamentais para as políticas de desenvolvimento sustentável e um país mais justo, democrático e inclusivo. E cuidar do Iphan é cuidar do nosso legado mais importante, que é a nossa memória material e imaterial”, afirmou.

Oportunidades

Para Leandro Grass, presidente do Iphan, o tema deste ano contribui para uma cultura mais participativa, representando um Brasil real. “A gente vem num exercício de visibilizar setores, segmentos da população que foram historicamente marginalizados e violentados. Dar visibilidade é dar as mãos, impulsionar, projetar para frente. Vamos dar visibilidade àquelas que estão protagonizando as boas experiências, com recorte de gênero. Porque mesmo que essas pessoas sejam bem sucedidas, façam o seu melhor, ainda, infelizmente, sofrem a discriminação, sofrem a marginalização, sofrem machismo, lgbtfobia, a misoginia. Então, quando a gente afirma isso, quer dizer que nós somos contra e vamos combater”, explicou.

O presidente do Iphan complementou: “O patrimônio é uma ferramenta de oportunidades sociais, culturais e econômicas, gerando emprego, renda, transformando a vida das pessoas na sua existência, mas também na dimensão material da vida”, disse. 

Carmem Foro, secretária de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, falou sobre a importância da premiação. “Não é possível, neste momento da história, fazer qualquer prêmio que não leve em conta a diversidade brasileira, a diversidade que somos neste país. O prêmio traz vários elementos significativos para o nosso processo de visibilidade, história e garantia de interseccionalidade”, declarou. 

Premiados 2023

Além do lançamento do novo edital, o evento encerrou a edição de 2023, em celebração dos “20 anos da Lei nº 10.639/2003: Educação, Democracia e Igualdade Racial”, homenageando os 15 vencedores do ano anterior. 

Importância

O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, criado em 1987, homenageia o advogado, jornalista e escritor que foi um dos maiores responsáveis pela consolidação jurídica do patrimônio cultural no Brasil. O prêmio reconhece, ao nível nacional, ações de excelência na preservação e salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro, destacando iniciativas que, pela sua originalidade, relevância e caráter exemplar, merecem registro, divulgação e reconhecimento público.

As inscrições para o concurso estarão abertas de 24 de junho a 9 de agosto e poderão ser realizadas pelo site do Iphan

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Fonte: Ministério da Cultura