“Essa história começa com duas mulheres visionárias. A nossa artista, que é ministra, que muito nos orgulha, Margareth Menezes, e a gestora cultural, Jaqueline Azevedo. Juntas transformaram o Antigo Galpão, não é apenas na Ribeira, é na Península de Itapagipe, com quase 200 mil pessoas que habitam essa grandiosidade que é a nossa Península de Itapagipe e um centro de criação, aprendizado e valorização da identidade arte brasileira”. A fala da primeira-dama da Bahia, Tatiana Velloso deu início à roda de conversa que marcou a comemoração dos 20 anos da Fábrica Cultural.

Nesta sexta-feira (15), o projeto ofereceu à comunidade do Ribeira, em Salvador, um diálogo sobre a força transformadora da cultura, voltado para lideranças femininas na mesa Fábrica Cultural – 20 anos impactando vidas. “Esse espaço é mais do que uma instituição, é um território simbólico onde nossas histórias ganham forma e nossas vozes encontram eco”, completou Tatiana após ouvir o relato de cinco mulheres tocadas pela iniciativa.

A ministra Margareth Menezes, uma das fundadoras do projeto, se emocionou ao falar que deixou a diretoria da iniciativa para assumir o Ministério da Cultura (MinC), em 2023. “O coração está batendo bem forte, muitas emoções. A coisa mais emocionante é voltar aqui na Fábrica Cultural”, mencionou. “Desde quando o presidente Lula me convidou, há dois anos e oito meses, eu entreguei a presidência da Fábrica Cultural, pelo compromisso que a gente assume quando está no lugar desse, fazendo parte de um governo”.

A primeira-dama Janja Lula da Silva parabenizou as diretoras da iniciativa: “A gente sabe o quão difícil é você proporcionar isso a todas essas mulheres que estão aqui, Margareth. É algo muito difícil de acontecer, o que elas fizeram o depoimento aqui para a gente. Vocês conseguiram fazer isso e transformar a vida. Vocês continuam transformando vidas todos os dias”.

Em seu discurso, a ministra Anielle Franco exaltou a força das mulheres. “Que bom que na minha que eu vim ao lado de mulheres fortes, de mulheres que lutam, de mulheres que vão falar sempre, porque está para nascer quem vai falar para a gente não falar e abaixar a cabeça. E é por isso que a gente está aqui. E a gente vai seguir, porque o futuro, de novo, eu repito, ele é feminino e ele é negro também”.

“Sem democracia, a gente não combate o racismo, não combate a desigualdade e a misoginia, que hoje é utilizada pelos setores conservadores desse país. Então, estar aqui com essas mulheres, a gente é advogar que nós não vamos dormir, nós estamos atentos, nossos olhos estão bem abertos e nós vamos construir, de maneira empenhada, uma sobrevivência digna para todas as mulheres, para todas as famílias e para os nossos filhos e filhas”, completou Macaé Evaristo.

O encontro especial contou com a apresentação da Banda Marcial Dois de Julho e a apresentação do grupo As Ganhadeiras de Itapuã. No Mercado Iaô, que reúne artesanato, moda, decoração, bem-estar, e gastronomia, o público pôde conhecer e adquirir produtos da identidade cultural baiana.

A Fábrica

Com pilares na educação, arte e sustentabilidade, a Fábrica Cultural atua há duas décadas na promoção de valores, preservação de tradições e transformação social. Fundada por Margareth Menezes, a associação nasceu para incentivar o empreendedorismo e resgatar a identidade cultural da Península de Itapagipe, região onde a ministra viveu antes de iniciar sua carreira artística.

Presença cuja diretora da Fábrica Cultural, Jaqueline Azevedo, fez questão de explicar a importância. “Com essa pesquisa, apontou algumas direções: uma era a referência dessa mulher pública nesse lugar de onde ela veio; e a outra era que essa comunidade queria empreender, precisava de geração de renda e precisava que trouxesse visibilidade para a Península de Itapagipe”.



Fonte: Ministério da Cultura