A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou, nesta sexta-feira (8), em Salvador, de uma série de reuniões bilaterais com representantes de nações que estiveram presentes na Reunião de Ministro de Cultura do G20. A atividade chegou ao fim com a adoção da Declaração de Ministros da Cultura do G20 de Salvador da Bahia. O documento traz as definições pactuadas sobre os quatro eixos temáticos debatidos no Grupo de Trabalho (GT) da Cultura do G20.
Nos encontros foram abordados assuntos como a cooperação do Brasil e dos países participantes em áreas como patrimônio cultural, audiovisual, diversidade e intercâmbio cultural.
A presença no G20, o Grupo de Amigos da Ação Climática baseada na Cultura, e a Reunião de Ministros de Cultura do BRICS, que será realizada no Brasil, em 2025, também estiveram na pauta. Os BRICS representam uma parceria entre cinco das maiores economias emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Patrimônio
Na agenda com o subsecretário do Ministério da Cultura da Itália, Gianmarco Mazzi, o diálogo tratou de questões como os 150 anos da imigração italiana no Brasil e do apoio à reconstrução de Santa Tereza, no Rio Grande do Sul, marco da imigração italiana no país, a cidade foi inundada durante as enchentes no estado.
“Estar no Brasil é como se fosse estar numa parte da Itália”, disse Mazzi, referindo-se aos imigrantes. E completou: “Por isso, estamos disponíveis para desenvolver esse trabalho de parceria, para o qual já há um plano”.
Audiovisual
“Esse momento que estamos vivendo entre Brasil e China é de fortalecimento das nossas relações de 50 anos, de colaboração e de convivência, com perspectivas positivas”, salientou a ministra Margareth Menezes na reunião com o chefe da delegação chinesa, Zheng Zhang.
Durante a conversa, a titular da Cultura ainda enfatizou a importância dos memorandos de entendimento recentemente assinados com a China para cooperação no cinema e no audiovisual. “Isso é muito importante. Esperamos expandir ainda mais a nossa colaboração, por meio de festivais de cinema e coproduções, além de intercâmbios nas áreas das artes, dança, música”, concluiu.
Na atividade com a ministra da Arte, Cultura e Economia Criativa da Nigéria, Hannatu Musa Musawa, foi demonstrado interesse do país em parcerias com o Brasil nas áreas do audiovisual e da música. “Para a Nigéria, a parceria com o Brasil é muito importante, para ver a diversidade do mundo no Brasil. E o amor pela cultura. O próximo ano será sobre filmes e música”, comentou Hannatu.
Diversidade Cultural e Mudança do Clima
O aniversário de 20 anos da Convenção da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), de 2005, sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, figurou entre os assuntos abordados na reunião com diretor-geral assistente para Cultura da Unesco, Ernesto Ottone Ramirez. “O Brasil foi um dos principais países a defenderem essa Convenção. É uma das nossas prioridades. Este aniversário está ligado também aos 20 anos do nosso Programa Cultura Viva. Gostaríamos de elaborar com a Unesco uma programação que celebre a diversidade das expressões culturais”, disse a ministra.
Ottone salientou a relevância da celebração para a entidade. “Esse aniversário para nós é fundamental. Nossos programas de criatividade construíram essa ligação, que era importante ter uma convenção. A diversidade é o que hoje faz com que se entenda que a economia criativa para as futuras gerações são empregos de qualidade e que podem garantir essa visão diversa da sociedade, que precisam dialogar e trabalhar juntos para entenderem-se e criarem uma sociedade maior”, observou.
O representante da Unesco também destacou a importância do debate sobre cultura e mudança do clima, parabenizando o ministério por ter incluído esse tema nas prioridades da presidência brasileira do G20. Segundo Ottone, a cultura pode apontar caminhos alternativos para o enfrentamento dessa questão, e a COP30 será fundamental para isso. Ele mencionou também a participação da Unesco como parceiro estratégico do conhecimento nas discussões do Grupo de Amigos da Ação Climática Baseada na Cultura, co-presidido pelos Emirados Árabe Unidos e o Brasil.
Intercâmbio
No diálogo com o titular da Cultura e do Turismo da Índia, Gajendra Singh Shekhawat, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, enfatizou a importância da renovação do Programa de Intercâmbio Cultural com o país asiático. “São 77 anos de relação bilateral do Brasil com a Índia e 56 do acordo cultural entre nossos países. Acho que podemos intensificar a cooperação por meio da renovação, por mais quatro anos, do Programa, que expira em 31 de dezembro deste ano”, declarou ela.
O ministro indiano concordou a colega brasileira. “Precisamos intensificar esse intercâmbio cultural entre nossos países e renovar essa iniciativa”, ressaltou.
Colaboração
No encontro com Angola, o ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, sugeriu uma colaboração entre os dois países. “O que me parece importante é encontrarmos pontos para chegarmos a um memorando de entendimento e termos um plano de ação que possa levar algumas coisas de interesse comum para nós”, afirmou. “Da nossa parte é super importante estabelecermos uma relação mais forte com Angola, um país de tanta contribuição cultural. Estamos abertos a fazer essa construção”, disse a ministra Margareth Menezes.
Artes visuais
A cooperação cultural entre Brasil e Arábia Saudita foi explorada na conversa da ministra Margareth Menezes com o subsecretário para as Relações Culturais Internacionais do país, Fahd bin Abdulrahman Al-Kanaan. “Vocês têm uma cultura colorida e maravilhosa que queremos levar para a Arábia Saudita. E queremos também que os brasileiros expressem a nossa cultura”, comentou ele, que citou como exemplo da parceria entre os dois países a exposição Iluminações Poéticas: Arte do Reino Saudita, em cartaz no Rio de Janeiro, e o anúncio de um mês dedicado à língua árabe.
Também estiveram presentes nas reuniões bilaterais os secretários do Ministério da Cultura (MinC) Márcio Tavares (Secretaria-Executiva); Henilton Menezes (Economia Criativa e Fomento Cultural); Joelma Gonzaga (Audiovisual) e o coordenador do Grupo de Trabalho da Cultura no G20, Bruno Melo.
Participaram ainda o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass; e o diretor do Instituto Guimarães Rosa (IGR), unidade do Ministério das Relações Exteriores (MRE) responsável pela diplomacia cultural brasileira, embaixador Marco Antonio Nakata.
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Fonte: Ministério da Cultura