O 20 de Novembro de 2024 é o primeiro Dia da Consciência Negra como feriado em todo território nacional. Para marcar a data símbolo de resistência para a população afrodescendente, a Fundação Cultural Palmares (FCP), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), realizou, nesta quarta (20), atividades comemorativas no sitio arqueológico da Serra da Barriga, em União dos Palmares (AL).
Autoridades destacaram a importância da data e do local dedicado à memória de Zumbi dos Palmares, Ganga Zumba, Aqualtune, Acotirene, Dandara e tantos outros herois e heroinas que lutaram por liberdade.
“A data ser um feriado nacional é um reconhecimento que revigora e amplia o significado desse dia, principalmente, estando aqui num território de resistência, vendo tantas manifestações enaltecendo a potência que é a cultura negra. Tudo isso nos enche de esperança porque acredito muito que vamos avançar nos direitos culturais, que potencializa o conjunto dos direitos, inclusive o direito ao território. Hoje vivenciamos o espaço da Consciência Negra na nossa sociedade”, disse a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, representando a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Levando a mensagem do Ministério da Igualdade Racial (MIR), a secretária-executiva, Roberta Eugênio, em nome da ministra Anielle Franco, destacou o legado do povo negro. “Não existe futuro se a gente não olha para o nosso passado. E o passado do povo negro não é marcado apenas pelos desmandos, violência e toda desumanização promovida pelo processo de escravização. É também um passado de resistência, de produção de sonho e alento, onde os quilombos não foram apenas territórios de luta, mas um local em que efetivamente exercíamos o nosso direito de sermos, da forma mais profunda e plena.”
Para o diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira da Palmares, Nelson Mendes, o feriado reconhece a contribuição da população negra para a identidade e afirmação das diferentes manifestações culturais e religiosas. “Essa é uma data histórica que se reveste da maior importância porque, pela primeira vez, em mais de 500 anos de história, o estado brasileiro reconhece a contribuição político-social dos africanos e dos descendentes de africanos que vivem no Brasil, mais de 120 milhões de pessoas”, falou.
Resistência
Implantado em 2007, o primeiro e único parque dedicado à cultura negra do Brasil recebe diferentes manifestações artístico-culturais, ritos religiosos, rodas de capoeira e outros eventos ao longo do mês de novembro. A Serra da Barriga tornou-se o local de maior mobilização, reconhecimento e valorização da cultura e resistência dos afro-brasileiros, principalmente no Dia da Consciência Negra.
A secretária da Cultura e Economia Criativa (Secult) do estado de Alagoas, Mellina Freitas, enfatizou que a data é um marco sobre a luta histórica do povo negro por liberdade, justiça e igualdade. “Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência, nos inspira a fortalecer políticas públicas que valorizem as raízes afro-brasileiras e combatam o racismo estrutural. Em Alagoas, terra do Quilombo dos Palmares, nosso compromisso é preservar e promover essa herança cultural, mantendo viva a memória e o legado de Zumbi em todas as gerações”, completou.
“Hoje é um dia de referência, mas esse momento tem que ser todos os dias, porque devemos relembrar o que representa Zumbi para nossa raça e resgatar sempre o legado que ele deixou, falando todos os dias sobre igualdade racial, porque o 20 de novembro para o povo negro é todo dia”, explicou o cantor Igbonan Rocha.
As celebrações começaram ainda na madrugada com a vigília do berimbau e a cerimônia em homenagem aos ancestrais pelos religiosos de matriz africana. Apresentações culturais diversas marcaram o encerramento do primeiro dia da programação, que se estende até este sábado (23), com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes.
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Fonte: Ministério da Cultura