Estima-se que áreas urbanas contribuam com 70% das emissões globais de CO², sendo os transportes e edifícios os maiores responsáveis por esses índices. Em busca de boas práticas e alternativas para redução do impacto das novas tecnologias e processos acelerados de urbanização, o arquiteto e designer, Kunlé Adeyemi; a chefe de Ambiente Construído, Cultura e Patrimônio no Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais (International Council for Local Environmental Initiatives – ICLEI), Cristina Garzillo Leemhuis; a advogada e especialista em política climática, Marina Marçal; e a coordenadora de Cultura da Unesco Brasil, Isabel de Paula, se reuniram na tarde terça-feira (5), para discutir a Cultura na construção de resiliência urbana. Parte do Seminário Internacional Cultura e Mudança do Clima, o painel foi moderadora por Cecília Sá, subsecretária de Espaços e Equipamentos Culturais (SEEC) do Ministério da Cultura (MinC).

“A cultura é, para mim, a maneira como a gente conscientiza a população, como um todo”, afirmou Marina Marçal. Segundo ela, a cultura tem um papel educador único, aliado à inclusão social e o combate à fome e à pobreza. “Ela pode ser um grande catalisador, um grande multiplicador, impulsionador dos eventos extremos que temos enfrentados no Brasil”, afirma.

Já a italiana Cristina Garzillo Leemhuis fez um alerta: “Estamos saindo perigosamente do rumo de alcançar nossas metas climáticas, ainda assim, a humanidade vai se adaptar como já fez antes”.

De acordo com ela, a transformação se faz a partir de um tripé: digital, verde e inclusão. “Precisamos integrar esses elementos porque é isso que as áreas de resiliência urbana precisam mesmo para seguir”, disse.

Para Isabel de Paula, que iniciou sua apresentação com uma imagem das inundações que assolaram o Rio Grande do Sul, “as cidades não estão preparadas para lidar com esses episódios climáticos”, mas há opções de enfrentamento.

“Investir em planos de gestão, de mitigação e de gestão é algo que considero fundamental em todas as esferas de governos e tem até um alinhamento com o que a Marina falou aqui, da importância das periferias ao nível público, trabalhar nesse sentido e em políticas, em legislação.
O Rio Grande do Sul mostou que a gente não está preparado, mas pode se preparar”, avaliou.

Cidades aquáticas

Kunlé Adeyemi mostrou exemplos como Mokoko, na Nigéria. Tomada por inundações, a cidade passou a conviver com a água e não mais remediar sua ação. “É aprender a conviver com a água, trazê-la para nossa malha urbana e permitir que ela seja um bem no nosso meio ambiente, no sentido de nos adaptarmos. O conceito que trago aqui é o de não recuperar o solo, mas aproveitar cenários de inundação em favor das cidades”, aponta.

O arquiteto concluiu que a integridade de uma solução reside no quanto se investiga o problema. “Talvez leve um tempo para que as pessoas adotem soluções, mas se você estiver genuinamente monitorando um problema, as pessoas vão acompanhar nas soluções”.

O Seminário Internacional Cultura e Mudança do Clima é uma realização do Ministério da Cultura em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), com apoio do Governo da Bahia, da prefeitura de Salvador, do BYD, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e patrocínio do Youtube.

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Fonte: Ministério da Cultura