A Concha Acústica Paulo Freire, em Recife, sediou o lançamento dos editais Sergio Mamberti e Pontões de Cultura na manhã desta sexta-feira (1). Somados, eles representam um investimento de R$ 61 milhões no setor cultural e marcam a reativação da Política Nacional Cultura Viva.
“A política cultural Cultura Viva é uma iniciativa que busca valorizar e fortalecer a diversidade cultural reconhecendo o papel fundamental dos artistas, artesãos, músicos, dançarinos e de todos aqueles que dedicam suas vidas à criação e expressão artística. Nosso objetivo é promover o acesso amplo e democrático à cultura, garantindo que todos os cidadãos tenham a oportunidade de participar e se beneficiar das manifestações culturais”, disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Ao lado do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH), Silvio Almeida, de representantes de movimentos sociais e culturais, trabalhadores e fazedores de cultura e representantes da sociedade civil, a chefe da Cultura explicou o porque da escolha da cidade pernambucana como palco para o lançamento.
“A cultura pernambucana é multifacetada, resultado da miscigenação e da diversidade cultural que moldaram a sociedade do estado ao longo dos séculos. Sua riqueza está presente em suas manifestações artísticas, tradições, costumes e no orgulho que o povo pernambucano tem de sua identidade cultural única”. E completou: “Por isso escolhemos Recife para retomar as ações da Política Nacional Cultura Viva, que hoje, em seus 19 anos de existência, é uma das principais expressões da ruptura e de avanço institucional no campo das políticas culturais no Brasil e no mundo”, destacou a ministra.
A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC) do MinC, Márcia Rollemberg, assinala que a Cultura Viva é uma política interfederativa, intrafederativa e de gestão compartilhada, por isso, a reunião de agentes com perfis tão diversos tem um simbolismo ainda maior.
Mais de mil pessoas participaram do evento, realizado em parceria com a Prefeitura de Recife, por meio da Secretaria de Cultura, e com o apoio da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Quinta geração
Classificados por Margareth Menezes como espaços revolucionários, os pontos de cultura atingem sua quinta geração com esse novo fomento. “Que essa força transformadora das comunidades resgate valores humanitários, ambientais, civilizatórios. Resgatem o Brasil em suas vocações mais profundas”, clamou Margareth Menezes.
“Os Pontos de Cultura são, hoje, a estrutura mais ativa e mobilizadora da cultura nas comunidades. Há municípios que não têm secretaria de cultura, mas têm Ponto de Cultura. Por isso estamos trabalhando diuturnamente para que este processo de retomada evolua para novos meios e instrumentos, para além da ferramenta de editais”, completou Márcia.
Serão investidos R$ 28 milhões em 46 iniciativas, para desenvolver, difundir, acompanhar e articular atividades formativas e culturais. A intenção é dar continuidade às ações das Redes de Pontos de Cultura e fortalecer a Política Nacional de Cultura Viva no Brasil, junto com os Agentes Cultura Viva, o Comitê Gestor do Pontão de Cultura, as redes territoriais, temáticas, setoriais e identitárias de Pontos de Cultura. Tudo isso para uma gestão compartilhada com os governos locais e nacional da Política Cultura Viva.
Sérgio Mamberti
Representado por seu filho, Carlos, Sérgio Mamberti foi um dos grandes homenageados do dia. Com o edital de premiação que leva seu nome, o MinC destaca a incansável e marcante luta do ator pela diversidade no Brasil. “Estou muito emocionando, porque meu pai sempre foi um ator, um artista, muito engajado, com um trabalho muito forte. Por quase 12 anos ele trabalhou pelo Ministério da Cultura. Presidiu a Funarte, depois [foi secretário de] Políticas Públicas, mas a parte que ele mais se orgulhava era a sigla da Diversidade Cultural, porque ele sabia a importância dessa diversidade”, contou Carlos Mamberti. O ator idealizou e liderou a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural em 2004.
O Edital de premiação destinará R$ 33 milhões para contemplar 1.117 iniciativas culturais em quatro categorias distintas, com prêmios individuais de R$ 30 mil. Com objetivo de incentivar mestres e mestras das culturas populares, valorizar as manifestações culturais das etnias indígenas, reconhecer a diversidade cultural e promover atividades culturais que ampliem a Rede Cultura Viva, com a valorização e o incentivo aos Agentes Cultura Viva e aos Pontos de Cultura em redes territoriais e temáticas.
São quatro categorias:
• Prêmio Culturas Populares e Tradicionais – Mestre Lucindo: Reconhecerá a atuação de mestres e mestras dos saberes e fazeres, grupos, coletivos e instituições culturais que promovem as culturas populares e tradicionais brasileiras.
• Prêmio Culturas Indígenas – Vovó Bernaldina: Valorizará as iniciativas culturais que promovem e preservam as manifestações culturais indígenas em todas as regiões do Brasil.
• Prêmio Diversidade Cultural: Reconhecerá e valorizará as iniciativas e produções culturais de pessoas idosas, com deficiência, LGBTQIA+ e em sofrimento psíquico.
• Prêmio Cultura Viva: Reconhecerá e incentivará atividades culturais desenvolvidas por Pontos de Cultura e por grupos, coletivos e instituições privadas sem fins lucrativos que querem ser reconhecidas e certificadas com o Selo Cultura Viva em todos os estados brasileiros, para fazerem parte da Rede Cultura Viva e darem destaque às suas atividades culturais e às comunidades onde atuam.
Os homenageados, Mestre Lucindo, figura icônica da cultura musical paraense, se tornou uma voz proeminente no frenético ritmo amazônico, o Carimbó; e Vovó Bernaldina, originária da comunidade Maturuca, Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, foi uma figura emblemática na cultura Macuxi; foram representados, respectivamente, por Renilson Bentes, filho do mestre, e Daiara Tukano, primeira presidenta indígena da Funai, e companheira de luta de Bernaldina pela Reserva Raposa Serra do Sol.
Também participaram da composição do palco o prefeito do Recife, João Campos; a secretária estadual de Cultura de Pernambuco, Cacau de Paula; o reitor da UFPE, Alfredo Macedo Gomes; as representantes da Rede Nacional de Culturas Populares e Tradicionais, Joana Corrêa; da Rede Nacional de Pontos de Cultura, a ialorixá, comunicadora e artista Mãe Beth de Oxum; lideranças populares; movimentos sociais e autoridades, além de representantes da sociedade civil e coletivos artísticos que realizaram apresentações durante toda a atividade, que foi comandada pelo poeta e músico Antonio Marinho e sua fala em cordel.
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Fonte: Ministério da Cultura