Símbolo da capital paulista, o Teatro Cultura Artística reabriu suas portas neste sábado (3), com as presenças da ministra da Cultura, Margareth Menezes, do secretário-Executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares, do secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic), Henilton Menezes e a presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella.
A ministra destacou a importância do equipamento cultural enquanto patrimônio histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao MinC.
“O Teatro Cultura Artística desempenhou fundamental contribuição para o desenvolvimento e internacionalização da cultura e da cidade de São Paulo. Uma construção coletiva e necessária que cumpriu e cumpri até hoje o seu papel e que tem atuado como ferramenta de emancipação e desenvolvimento artístico na dimensão que uma cidade como São Paulo necessitava naquele momento, o Cultura Artística fez toda a diferença”, afirmou.
E completou: “Ter a honra de testemunhar a reinauguração é sacramentar o renascimento do Teatro Cultura Artística, que ao longo de mais de cem anos se manteve ativo em suas atividades: é um momento de celebração de um equipamento histórico para a cultura e o povo de São Paulo e do Brasil, uma oportunidade de enfatizarmos a potencialidade da cultura em todas as suas dimensões. A reinauguração do novo Teatro Cultura Artística, por meio da Lei Rouanet, reafirma o compromisso do Ministério da Cultura com a cultura e arte do povo brasileiro”.
Para celebrar a reconstrução, a Diretoria do Cultura Artística também convidou as pessoas que, literalmente, colocaram a mão na massa reerguendo e recuperando o histórico edifício. Operários, trabalhadores e suas famílias acompanharam a apresentação do concerto de reabertura da Orquestra Sinfônica Municipal (OSM).
Mais de 30 equipes estiveram envolvidas no projeto de reabertura do projeto, com explica Antonio Hermann D. M. de Azevedo, diretor presidente do Cultura Artística. “Renasce como um lugar dedicado à música e à formação de novos músicos. Com 773 lugares e um palco capaz de acomodar 60 músicos, a sala de concertos é o coração desse complexo”, disse ao avaliar que o teatro é um importante marco arquitetônico e cultural brasileiro, que renasce no centro de São Paulo.
Inaugurado em 1950, o Cultura Artística tornou-se ícone da cultura em São Paulo com apresentações artísticas que marcaram a história do local. A Orquestra Sinfônica Municipal apresentou obras de Villa-Lobos e Camargo Guarnieri, compositores brasileiros que regeram as próprias obras no dia da inauguração.
Presidente do conselho de administração do Teatro, Fernando Carramaschi, prestou uma homenagem a todos os trabalhadores do espaço em nome de Dona Odete, uma das mais antigas funcionárias do Cultura Artística. E concluiu sua fala com a aguardada frase: “O restauro do Cultura Artística está terminado”.
Nesse sábado (3) e domingo (4), os músicos da formação atual da OSM retornam ao espaço nos concertos de pré-abertura da temporada com repertório inspirado no evento de abertura homenageando assim os dois compositores. Nesta ocasião, a regência é de Roberto Minczuk, com participação da cantora lírica Carolina Faria.
Projeto de reconstrução
Em agosto de 2008 um incêndio de grandes proporções atingiu o Cultura Artística e o prédio foi parcialmente destruído. Salas de espetáculo foram tomadas pelas chamas que consumiram a estrutura física, rede elétrica, acervo de arte e mobiliário. A fachada com o painel “Alegoria das Artes”, feito por Di Cavalcanti (1897-1976) está entre os poucos itens que foram preservados, além do foyer do térreo e o primeiro andar.
Tombado desde 2016 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), o trabalho de restauro do equipamento cultural contou com recursos exclusivamente da Lei Rouanet, totalizando R$ 87,5 milhões em duas fases do projeto.
Para manutenção das atividades artísticas, o Associação Sociedade de Cultura Artística conta também com apoio do MinC, via Lei Rouanet, com a aprovação de um plano Bianual no valor de R$ 29,8 mi, já com 6,7 mi captados.
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Fonte: Ministério da Cultura