Há dois anos, uma crise humanitária explodia na Amazônia. A invasão de garimpeiros na Terra IndÃgena (TI) Yanomami, em Roraima, provocou crimes ambientais, desnutrição, doenças e mortes. O governo federal montou uma força-tarefa para expulsar os invasores e recuperar os indÃgenas. O Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, acompanhou o inÃcio da operação, voltou ao local quando ela fez um ano e retornou agora, quando a presença do poder público completou dois anos.
Para mostrar o que mudou nesse perÃodo, a edição Yanomami: sonhos que resistem destaca como o governo e os indÃgenas trabalham para impedir a entrada de novos garimpeiros no território. O episódio do programa jornalÃstico é apresentado na telinha da emissora pública nesta segunda (20), à s 23h. A produção inédita pode ser acompanhada no app TV Brasil Play e fica disponÃvel no YouTube do canal.
Nilton Tubino, chefe da Casa de Governo, estrutura criada para organizar e monitorar as ações federais dentro do território Yanomami, afirma que a presença permanente do poder público é a principal barreira contra os invasores. “A gente tem a estratégia direta de combate ao garimpo e tem outra iniciativa também muito importante: sufocar o apoio logÃstico ao garimpo, que é evitar a chegada de alimentação, combustÃvel e aeronaves”, explica.
Balanço da força-tarefa
O balanço mais recente da força-tarefa mostra que foram feitas 3.488 operações de combate ao garimpo ilegal em 2024, na TI Yanomami. Ações que resultaram em 159 prisões, 410 acampamentos desmontados, 26 aviões capturados, 50 pistas de pouso destruÃdas e 33 kg de ouro apreendidos.  Â
Retirar quem invadiu e impedir a entrada de novos garimpeiros são ações que envolvem de policiais federais a militares e de agentes de inteligência a especialistas em proteção indÃgena. Esforço que não pode deixar brechas.
“A força-tarefa está na TI Yanomami e a entrada dos invasores está controlada, mas ainda existem pontos de entrada. Não são muitos, mas existem. Um aspecto que a gente observa é a qualidade da água nas nossas comunidades”, aponta o presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Ye’kwana, Junior Yanomami.
Garimpar não é coisa para peixe pequeno. O investimento médio, pelas contas do Instituto Escolhas, é de R$ 3,3 milhões. Dinheiro que costuma render 3,75 kg de ouro, movimentar R$ 1,1 milhão e lucrar R$ 632 mil por mês.
Por isso mesmo, a coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Gilmara Fernandes, lembra que a proteção dos indÃgenas é um desafio. “A Amazônia sempre foi vista como uma região de riquezas, de minério, de ouro. E, em contrapartida, você tem a questão dos territórios indÃgenas”, diz.Â
“Essa terra é dos garimpeiros? Não, essa terra é nossa”, crava Fernando Palimiú, cacique de outra comunidade indÃgena da região.
Sobre o programa
Produção jornalÃstica semanal da TV Brasil, o programa Caminhos da Reportagem leva o telespectador para uma viagem pelo paÃs e pelo mundo atrás de pautas especiais, com uma visão diferente, instigante e complexa de cada um dos assuntos escolhidos.
No ar há mais de uma década, o Caminhos da Reportagem é uma das atrações jornalÃsticas mais premiadas não só do canal, como também da televisão brasileira. Para contar grandes histórias, os profissionais investigam assuntos variados e revelam os aspectos mais relevantes de cada um deles.
Saúde, economia, comportamento, educação, meio ambiente, segurança, prestação de serviços, cultura e outros tantos temas são abordados de maneira única. As matérias temáticas levam conteúdo de interesse para a sociedade pela telinha da emissora pública.
Questões atuais e polêmicas são tratadas com profundidade e seriedade pela equipe de profissionais do canal. O trabalho minucioso e bem executado é reconhecido com diversas premiações importantes no meio jornalÃstico.
Exibido à s segundas, à s 23h, o Caminhos da Reportagem tem horário alternativo na madrugada para terça, à s 4h30. A produção disponibiliza as edições especiais no site e no YouTube da emissora pública. As matérias anteriores também estão no aplicativo TV Brasil Play, disponÃvel nas versões Android e iOS, e no site.
Fonte: Agência Brasil