Nos últimos anos, uma tendência crescente tem se destacado entre os empreendedores: a preferência por desenvolver negócios com recursos próprios e estratégias criativas. De acordo com um estudo realizado pela Center for Venture Research da Universidade de New Hampshire, aproximadamente 80% das startups são bootstrappers, empresas que iniciaram suas operações sem recorrer a financiamento externo ou investidores.

Um dos principais pontos fortes dos bootstrappers é a capacidade de manter o controle total sobre suas operações e direção estratégica. Ao não estar vinculada a investidores externos, essas empresas têm a flexibilidade de tomar decisões ágeis e adaptar-se rapidamente às mudanças no mercado.

Além disso, pode ser uma opção bem atraente para startups em estágios iniciais ou para aquelas operando em setores de nicho, onde o acesso ao capital de investimento pode ser limitado, assim os empreendedores podem focar em aumentar a tração do produto, validar o mercado e construir uma base sólida de clientes.

Embora o bootstrapping possa parecer uma opção desafiadora, especialmente em comparação com o financiamento externo, muitas startups têm provado que é possível alcançar o sucesso seguindo esse modelo. Confira cinco empresas de sucesso que começaram sem um investidor!

BrandMonitor
Diante do desafiador cenário imposto pela pandemia, surge a BrandMonitor, uma empresa especializada em proteção de marcas contra fraudes e combate a concorrência desleal no ambiente online. Desde então, tem se estabelecido como uma peça estratégica na defesa de algumas das marcas mais valiosas do país.

Como esse empreendimento real alcança tanto sucesso? Bem, desde o primeiro cliente, a carteira da BrandMonitor nunca deixou de crescer, encerrando cada mês com um saldo positivo e isso se deve à abordagem diferenciada na prospecção: a empresa realiza um diagnóstico prévio antes de iniciar um novo contato, identificando quem está atacando a marca com a qual pretendem trabalhar.

Em apenas dois anos, essa startup pioneira em seu campo já protegeu mais de 150 marcas, incluindo grandes nomes como Ticket, Alura, Itaú, Serasa e XP Investimentos. A BrandMonitor, não entrega apenas tecnologia do monitoramento, mas junta a tecnologia com serviços especializados, oferecidos pela própria start-up para resolver os problemas de concorrência desleal, sem a necessidade inicial de recorrer ao judiciário e advogados. A startup resolve 90% dos casos através de mediações amigáveis entre empresas e concorrentes. Não apenas identificam os problemas, mas também estão comprometidos em resolvê-los integralmente.

UAUbox
Estabelecida em 2018, a UAUBox, uma empresa de tecnologia voltada para beleza, tem como meta promover a interação entre marcas, consumidores e criadores de conteúdo. Com sua sede localizada em Jundiaí, no interior de São Paulo, a empresa deu início às suas operações na modesta garagem da casa do presidente Guilherme Brunhole, em um espaço de 12 metros quadrados. Impulsionada por um crescimento de 100% através de recursos próprios, a UAUBox registra um faturamento expressivo na faixa dos R$ 25 milhões, tendo entregue mais de 4 milhões de produtos e 600 mil caixas personalizadas desde o seu lançamento.

Além de oferecer caixas personalizadas, a startup introduziu a UAUTeam, uma plataforma destinada a criadores de conteúdo, com o intuito de expandir sua presença no ambiente digital. Nessa plataforma, os influenciadores têm acesso a uma variedade de conteúdos e aulas em vídeo para aprimorarem suas habilidades, podem monitorar métricas como novas assinaturas, satisfação e engajamento, e recebem comissões por cada assinante que conquistam.

Dell
Michael Dell fundou a companhia em fevereiro de 1984, enquanto ainda estudava na Universidade do Texas, nos Estados Unidos. Com somente mil dólares, a empresa foi fundada com o nome de PC´s Limited. Desde o seu dormitório, Dell começou a montar computadores construídos a partir de componentes em estoque.

Em 1985, a Dell lançou seu primeiro computador próprio, o Turbo PC, com processadores Intel 8088 a 8 MHz. Adotando a estratégia de venda direta ao consumidor e personalização das configurações, a empresa colocou anúncios em revistas de informática nos EUA. Com preços competitivos e um processo de compra conveniente, a Dell obteve sucesso imediato. Michael Dell abandonou a faculdade para administrar o negócio em tempo integral. No primeiro ano, a empresa registrou uma entrada bruta de US$ 6 milhões.

Nos quatro anos seguintes, 11 outros países também foram alcançados. Em 1988, a empresa adota o nome de Dell e suas entradas aumentam de US$ 130 milhões para US$ 180 milhões no primeiro dia de oferta pública de suas ações.

Decora
Uma startup fundada em 2012 em Florianópolis, destaca-se como um exemplo notável de bootstrapping no Brasil. Seus fundadores, Paulo Orione e Gustavo do Valle, começaram como estudantes de administração sem experiência prévia em arquitetura e decoração. Após ajustes em seu modelo de negócios, a empresa focou no desenvolvimento de sua plataforma tecnológica e na captação de profissionais especializados para criar conteúdo de ambientação de produtos. Em 2015, a Decora expandiu para o mercado norte-americano, impulsionando seu crescimento e atraindo investidores como o Pinterest. Em 2018, a startup foi adquirida pela empresa americana Creative Drive por US$100 milhões, após um período de crescimento significativo e faturamento mensal médio de US$1 milhão.

Microsoft
A Microsoft começou em 1975, fundada por Bill Gates e Paul Allen, sem investidores significativos, utilizando bootstrapping. Inicialmente, criaram um interpretador BASIC para o Altair 8800, visando ter um computador em cada mesa e casa. Em seguida, desenvolveram o Xenix e o MS-DOS, consolidando a liderança da empresa em sistemas operacionais. O lançamento do Windows em 1984 expandiu sua influência, apesar das controvérsias sobre a interface gráfica. Enfrentou disputas judiciais, como na Guerra dos Navegadores, distribuindo o Internet Explorer para competir com a Netscape.
A Microsoft expandiu globalmente e se tornou líder em sistemas operacionais e outras áreas da informática, exemplificando inovação tecnológica, estratégia de negócios e liderança visionária.