Sua casa ajuda ou atrapalha sua rotina? Essa pergunta, que parece simples, tem mudado a forma como os brasileiros escolhem morar. Entre boletos, multitarefas e pouco tempo livre, o lar passou a ser mais do que abrigo, virou respiro, estrutura e afeto.
Segundo a arquiteta e designer de interiores Rose Chaves, idealizadora de ambientes reais, práticos e com propósito, o movimento é claro: o morar está mais emocional, funcional e afetivo.
“A casa do brasileiro está deixando de ser vitrine e voltando a ser ninho. E, nesse retorno, ela também vira ferramenta de cura e bem-estar”, comenta a especialista.
A tendência de repriorização de gastos, mapeada pela Kantar em 2025, ajuda a explicar o fenômeno. Em vez de investir em soluções caras e pouco utilizadas, muitas famílias estão optando por escolhas que realmente fazem diferença no dia a dia. Rose aponta que pequenas trocas já revelam esse novo mindset:
– Móveis com rodízios substituem os fixos, possibilitando variações no layout com facilidade;
– Tapetes e divisórias móveis oferecem conforto e flexibilidade, sem comprometer o orçamento;
– Ambientes antes subutilizados, como varandas ou corredores largos, se transformam em espaços de pausa, trabalho ou leitura.
“Hoje, projetar é escutar o que se vai desenhar. Cada escolha precisa ter propósito, seja para facilitar a vida da família ou para evitar gastos desnecessários no futuro”, reforça Rose.
Essa arquitetura mais honesta conversa com os novos desejos do brasileiro, de morar com mais significado, menos excesso e mais liberdade.
“A casa, neste novo tempo, deixa de ser cenário de aparências e passa a ser suporte para a vida real, com suas dores, alegrias, ritmos e pausas”, finaliza Rose.