As Quentes da Política do DF

Por Cris Oliveira

Não entendeu nada no Riacho Fundo

Enquanto o debate nacional gira em torno de temas estruturais, no Riacho Fundo I o deputado Hermeto resolveu anunciar que vai demolir a biblioteca pública para construir uma “praça melhor que Paris” O anúncio causou revolta entre moradores e lideranças locais, que enxergam na demolição um grave ataque ao patrimônio histórico e cultural da cidade. Para eles, o acervo organizado e catalogado não pode ser simplesmente destruído em nome de um projeto desconectado da realidade da população.

Vai ser difícil convencer a população

Com mais de oito mil usuários, a Biblioteca do Riacho Fundo I é muito mais do que uma simples sala de estudos. O espaço se transformou ao longo dos anos em um ponto de encontro para estudantes, idosos e abrigou diversos projetos sociais e culturais de relevância. Como ex-diretora de serviços da Administração Regional, posso atestar a importância vital daquele local para a comunidade. Demolir esse patrimônio para construir mais uma praça em uma cidade já saturada de praças e lanchonetes é um contrassenso que desconsidera o valor simbólico, educacional e afetivo que a biblioteca representa.

Potência versus ditadura: o jogo virou?

Quando Lula esteve preso, contou com o apoio de figuras como Nicolás Maduro, de Cuba e da esquerda latino-americana apoio simbólico, mas sem grande peso institucional. Nem mesmo as maiores autoridades brasileiras da época deram respaldo político real. Ainda assim, Lula se livrou da cadeia, recuperou os direitos políticos e voltou à presidência. Agora o cenário se inverte: é Bolsonaro quem enfrenta a Justiça, mas desta vez com uma força de peso a seu lado Donald Trump, presidente dos Estados Unidos e principal nome da oposição republicana. A pergunta que paira nos bastidores: se Lula se safou com apoio de ditaduras, Bolsonaro ficará inelegível mesmo com o respaldo do líder conservador mais influente do planeta?

Dependência perigosa

O Brasil investe bilhões em tecnologia dos outros. Seguimos dependentes de Gmail, Outlook, Word, Excel, Google Maps, Android, iOS, Facebook, Instagram, WhatsApp, Uber, Spotify, Amazon, TikTok, YouTube, X (Twitter) e até o ChatGPT. Não temos uma grande plataforma nacional de impacto global. A raiz do problema está na falta de investimento contínuo em ciência e tecnologia, ausência de políticas de inovação e, principalmente, na corrupção. A tensão cresce com a possibilidade de Donald Trump, se reeleito, restringir o uso dessas ferramentas em países com governos desalinhados com os EUA como já sinalizou em discursos recentes. O Brasil, sem autonomia digital, está vulnerável.

 

Recado nas entrelinhas

Experiência que grita o que a voz do povo não consegue ser ouvida. Diferente do deputado Hermeto, que pretende empurrar goela abaixo a derrubada da biblioteca pública, o secretário de Governo e pré-candidato a deputado federal pelo MDB, José Humberto, usou as redes sociais para deixar seu posicionamento: “Obra pública boa é aquela que muda o dia a dia das pessoas.” A fala reforça a importância de escutar a população antes de implementar mudanças que afetam diretamente a vida das comunidades.

A pergunta que não quer calar

Quantos institutos de fachada existem hoje no Distrito Federal abocanhando emendas parlamentares sem a menor condição técnica ou estrutural de executá-las? A dúvida paira no ar, enquanto milhões em recursos públicos são direcionados a entidades que, muitas vezes, só existem no papel ou funcionam em salas improvisadas.

Será coincidência ou estratégia? O fato é que essas relações suspeitas entre gabinetes e “institutos boqueta” já geram ruído nos bastidores da política local  e prometem cenas quentes nos próximos capítulos

 

 

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