No caminho das tendências do mercado nacional, o Banco de Brasília (BRB) anunciou mais uma redução nos juros de financiamento imobiliário para pessoa física. A taxa caiu para 6,99% ao ano — somada à taxa referencial (TR), que está zerada —, sendo a mais baixa entre os concorrentes e a menor registrada na história do país, segundo dados do Banco Central. Os valores promocionais, antecipados com exclusividade ao Correio, passam a valer a partir de amanhã (14/10) e beneficiarão clientes do BRB, desde que atendidas cinco condições.

 

A taxa passa a ser aceita tanto para negociação pelo modelo do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que vale para imóveis de até R$ 1,5 milhão, quanto pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), em que não há limite de valor. O financiamento pelo banco ocorrerá em até 35 anos e limita-se a 80% do valor total da propriedade. A decisão partiu de uma reunião extraordinária da diretoria do BRB, na manhã da última sexta-feira, e deve resultar em uma aplicação de R$ 250 milhões.

O diretor presidente da instituição, Paulo Henrique Costa, comenta que a medida representa uma oportunidade para as famílias “realizarem o sonho da casa própria em um momento em que o mercado imobiliário de Brasília se aquece” e que ocorre em uma época de disputa acirrada entre bancos. “Há um movimento de ajuste de taxa de crédito imobiliário no mercado inteiro. Elas começaram o ano na casa de 8,5%. Os bancos foram se mexendo, se ajustando a essa nova realidade, à melhora da economia e ao aumento de vendas do setor”, afirma Paulo Henrique.

 

A diminuição é a segunda anunciada em 2019. Em junho, o BRB derrubou de 8,1% para 7,7% ao ano no modelo do SFH. Paulo Henrique avalia que a taxa atual é a ideal e acrescenta que ela vale para a compra de imóveis em qualquer unidade da Federação e por clientes do Distrito Federal ou de um dos oito estados onde há agências. “Desde o início de nosso trabalho, sinalizamos que o crédito imobiliário era um produto importante por gerar relacionamento de longo prazo com os clientes, fomentar a cadeia produtiva enorme da construção civil e, portanto, criar emprego, renda e desenvolvimento no DF. Resolvemos ser bem agressivos”, ressaltou.

 

Comparativos

 

O aumento nas vendas de imóveis; a queda da taxa básica de juros, a Selic — a 5,5% ao ano —; e a liberação do 13º salário são fatores que têm estimulado o movimento de bancos, de olho em clientes interessados em financiamento. Entre seis outras instituições financeiras verificadas pela reportagem, a taxa mínima de juros varia de 7,3% a 7,99%. Para entidades do setor econômico, as baixas terão “forte impacto” no mercado. “Esse momento viabiliza o sonho da casa própria. Até agosto, houve mais lançamentos de empreendimentos no DF do que em todo 2018. A nossa expectativa é de mais 30 até o fim do ano”, aposta Paulo Muniz, conselheiro da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi).

 

Professor do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Bocaccio Piscitelli recomenda que os interessados em adquirir um imóvel próprio levem em conta tanto os comparativos das taxas quanto as condições oferecidas por cada banco. “Essas são operações que exigem muito cuidado, por serem de longuíssima duração e por dependerem de vários componentes. Os prazos são importantes, e a adequação deles ao fluxo de renda do cliente, também. É necessário ver se há capacidade de dar uma entrada mais elevada e reduzir peso e prazo das prestações; a condição familiar, não só pessoal; entre outros fatores. É preciso avaliar possibilidades”, aconselha.

 

Crédito barato

 

Regras das taxas oferecidas pelo BRB

 

Redução

Mínima: 6,99% ao ano, mais taxa referencial (TR)

Máxima: 7,5% ao ano, mais TR

 

Condições*

Ter conta-corrente no BRB

Crédito mensal de salário

Fonte: Correio Braziliense