Ao som de música clássica, os bebês até seis meses de idade do berçário vão ficando mais relaxados. E curtem uma massagem nas costas. Mas, música clássica no berçário? Sim. É a proposta da aula de música da professora Rafaellen Goering. Além desse estilo musical, os bebês ouvem ainda jazz, rock, bossa-nova, forró, samba e outros ritmos.

“Os bebês passam observar. No início e no final da aula separo músicas especiais para trabalhar com eles. A primeira para que eles já identifiquem que a aula vai começar, e, quando acaba, uma canção mais suave, para deixar eles mais relaxados”, explica Rafaellen, professora, da Escola21, na Asa Sul.

 

Os movimentos feitos pelos alunos durante as aulas são respostas naturais e espontâneas à música. Enquanto ouvem e acompanham, os pequenos passam a coordenar respiração, gestos e expressão corporal, desenvolvendo uma performance musical individual.

 

Rafaellen leva os mais diversos instrumentos musicais para a sala de aula: violão, violino, castanhola, ovinhos, pandeirola, triângulo, pandeiro, tambor. As músicas são cantadas ao som dos instrumentos, escolhidos de acordo com o ritmo.

 

“Para os bebês, eu costumo dar os ovinhos, porque são instrumentos que não fazem muito barulho, cabem na mãozinha deles e não há o risco de engolirem. Eles batem palmas e acompanham as músicas do jeitinho deles”, diz Rafaellen, que, no final das aulas, entrega para as professoras bolinhas sensoriais para massagear as costas dos pequenos, enquanto toca uma música.

 

A professora acrescenta que não exclui as canções infantis do repertório das aulas, que recebem alunos até 5 anos.

 

“As músicas infantis são muito boas, têm letras e melodias simples, de fácil compreensão e que eles conseguem acompanhar e até cantar. Mas a minha proposta é introduzir outros ritmos, promover o desenvolvimento musical na primeira infância, deixando de ser prioridade o aspecto recreativo da aula”, explica.

 

Instrumentos e canto

Um dos instrumentos preferidos dos alunos é o ukulelê, parecido com um violãozinho. O som aveludado produzido pelo instrumento agrada os pequenos. Rafaellen deixa que eles tenham contato com os instrumentos para que assimilem o som produzido, a música e o objeto. A professora destaca outros benefícios da sua aula.

 

“O canto é importante porque as crianças desenvolvem a melodia, a afinação e o ritmo. Já o contato com os instrumentos faz com que aprimorem a coordenação. Um ponto muito interessante é a associação. Quando toco ritmos como samba ou forró, os alunos maiores identificam rapidamente aquele estilo musical, e ainda lembram, por exemplo, que os pais ouvem aquelas músicas, ou mesmo possuem o instrumento apresentado na aula”, comemora a professora.