Opolicial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, presos ontem (12) pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, devem ser transferidos da Delegacia de Homicídios do Rio nesta quarta-feira (13).

De acordo com informações do portal G1, Élcio irá para o complexo penitenciário de Bangu, na Zona Oeste da capital fluminense, enquanto Ronnie, por ser PM reformado, pode ser encaminhado ao Batalhão Prisional, em Niterói. É lá que está preso o ex-governador Luiz Fernando Pezão.

Ambos foram detidos pela Polícia Civil, na manhã desta terça-feira (12), dois dias antes de o crime completar um ano, em 14 de março. Às 5h, uma equipe reduzida composta de integrantes da Delegacia de Homicídios e do Ministério Público do Rio cumpriu mandados de prisão em endereços dos suspeitos. Ambos negam participação no crime.

Segundo a denúncia, Lessa disparou os tiros que mataram Marielle, e Queiroz dirigiu o carro que interceptou o da vereadora, de onde partiram os disparos.

De acordo com a promotoria, “a empreitada criminosa foi meticulosamente planejada durante os três meses que antecederam o atentado”.

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Marielle foi morta em razão de sua militância em favor dos direitos humanos. Os investigadores identificaram ainda que Lessa, o policial reformado responsável pelos disparos, fez pesquisas sobre a rotina de Marielle e sobre eventos de que ela participaria semanas antes do crime.

Ainda não está claro, no entanto, se o crime foi articulado espontaneamente pelo policial militar reformado ou se ele foi pago por um mandante para assassinar Marielle.

Além da prisão, o Ministério Público solicitou suspensão da remuneração e do porte de arma de Lessa. Também foi pedido à Justiça indenização por danos morais das famílias das vítimas e pensão em favor do filho de Anderson até ele completar 24 anos -o menino tem dois anos hoje.

A operação desta terça foi a primeira com a participação do Ministério Público do Rio, por meio do Gaeco, grupo de combate ao crime organizado. Essa unidade investiga principalmente crimes relacionados às milícias no Rio.

A ação foi batizada de Lume, em referência ao Buraco do Lume, praça no centro do Rio em que parlamentares do PSOL costumam se reunir para falar de seus mandatos toda sexta-feira. Marielle tinha um projeto no local chamado Lume Feminista.

“É inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia”, diz a denúncia.

Lessa foi preso em sua casa, no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa. Os trechos da denúncia divulgados até a conclusão desta reportagem não mencionam o presidente.

Fonte: Noticias Ao Minuto